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Você sabe criar uma boa ficha técnica do seu trabalho?
A ficha técnica de produto para confecção de roupas é um recurso de comunicação essencial. Esse instrumento está presente praticamente de ponta a ponta na cadeia produtiva de uma confecção, da criação à embalagem. A ficha técnica de vestuário tem o papel de fazer a informação circular entre as diferentes etapas de construção da peça e, para que não haja ruídos nesse percurso, é importante que alguns pontos sejam preenchidos de modo correto.
Para determinar qual o melhor modelo de ficha para construir, poderíamos separar os profissionais da confecção basicamente entre estilistas, modelistas, pilotistas, cronometristas, cortadores, profissionais do acabamento, passadoria, expedição e os funcionários da administração da empresa, os quais precificam os produtos. Cada um teria sua ficha técnica ideal.
O que não pode faltar em uma ficha técnica de vestuário.
No cabeçalho, encontra-se um grupo de informações básicas que servem para situar a peça na cadeia produtiva e facilitar a pesquisa sobre o modelo em questão. Nesse espaço, são inseridas informações como: descrição da peça, código do produto, estilista, coleção, data etc. Vale lembrar que, tanto para o cabeçalho quanto para os demais pontos que mostraremos a seguir, existem variações de uma empresa para outra, conforme as necessidades de cada uma. Isso quer dizer que a confecção pode acrescentar ou reduzir informações de acordo com as situações específicas do próprio processo produtivo.
A grade se refere aos tamanhos da peça de roupa, como P, M e G, com as respectivas variações, além das quantidades que serão produzidas em cada tamanho. Por vezes, a tabela de tamanhos é mostrada também por meio de números, por exemplo, 36, 38, 40 etc.
O desenho técnico é outro item importante da ficha técnica de vestuário. Nesse espaço, é feita a representação gráfica do modelo criado pelo estilista, com algumas indicações, como tipos de aviamentos e de costura. Vale lembrar que, via de regra, esse campo da ficha apresenta tanto a frente quanto as costas da peça de vestuário. Em alguns casos também são mostradas as laterais do modelo. As informações visuais do desenho, colocadas pelo estilista ou designer de moda, dão suporte para os demais profissionais envolvidos no desenvolvimento da peça de roupa.
Um elemento opcional na ficha técnica de vestuário é a fotografia. A foto pode servir para o estilista mostrar a inspiração que teve para fazer o desenho e também para indicar ao setor de modelagem como deve ser o caimento da peça, por exemplo.
Os tecidos, de modo geral, são os principais materiais têxteis utilizados na confecção de roupas. Por isso, há um campo específico para inserir os tecidos na ficha técnica de vestuário. Nesse campo, devem ser colocados todos os tecidos que serão usados na peça, bem como os respectivos códigos de referência (internos ou externos), o fornecedor, a composição da matéria-prima, os preços dos tecidos por unidade (kg ou m), a quantidade que será utilizada e o valor gasto de fato em cada peça.
Mais um ponto opcional na ficha técnica de vestuário são as variantes de alguns itens que compõem a peça, por exemplo, o tecido. Isso poderá servir para indicar às etapas de modelagem e de costura que a peça em questão deverá ser feita com mais de uma opção de estampa ou outro tipo de variação.
Os aviamentos são detalhes importantes no acabamento da roupa e que darão um toque diferenciado à peça. Na ficha técnica de vestuário há um campo específico para esses materiais, em que são colocados: código, descrição, fornecedor, custo unitário, unidade de medida, quantidade, custo de produção. Vale ressaltar que é bem importante ter os custos de todos os aviamentos usados na peça, de modo a evitar que seja reprovada na etapa de pilotagem por causa de um custo alto demais, que venha a inviabilizar as vendas.
O campo de observação serve para inserir alguma informação ou detalhe específico do tecido, de outra matéria-prima ou até mesmo um processo.
Um ponto muitas vezes esquecido na ficha técnica de vestuário é a relação de materiais básicos que são usados no produto, por exemplo, linhas de costura, aviamentos, entre outros. Mesmo que a unidade custe pouco, há um preço a ser pago pelo material, o qual deve ser dividido entre cada peça de roupa.
No campo de acabamento de roupas são mostrados os tipos de costuras ou acabamentos que serão utilizados na peça, como costura reta, sobreposta, de borda, overloque etc.
O campo de processos diz respeito a alguns serviços ou atividades que serão necessários para materializar a criação, como a mão-de-obra de costura, corte, embalagem etc. Assim como em outros pontos da ficha técnica, nesse também é preciso inserir as informações referentes aos responsáveis e custos por peça.
Além dos pontos que citamos anteriormente, a confecção pode utilizar outros campos conforme a sua própria necessidade. Um detalhe importante, para que se tenha agilidade de fato no processo produtivo, é o comprometimento dos diferentes setores da empresa no fornecimento das informações corretas para a produção da peça de roupa. Afinal, de que forma adianta ter um instrumento de comunicação entre as etapas de produção se esse recurso não é usado com eficiência, não é mesmo?
Se não houver o preenchimento da ficha técnica ou se ele for feito de forma incompleta, com informações erradas ou até mesmo escritas de forma ilegível, o processo de produção se tornará mais demorado, bem como estará suscetível a falhas, como erros de interpretação, que poderão acarretar em aumento de custos. Por exemplo, a compra de matéria-prima em quantidades acima do necessário interfere no preço de venda final da peça de roupa.
Em alguns casos, a peça pode até ser reprovada na pilotagem, devido aos erros de informação, que aumentam seu pré-custo de produção e podem torná-la inviável para venda, visto o alto custo de produção. Dessa forma, é importante lembrar que a confecção precisa ter um único responsável pela ficha técnica que valide suas informações e distribua a ficha a todos os setores responsáveis pela produção.
Caso, ao longo do processo, alguma informação precisar ser alterada, este mesmo responsável pelo produto deve alterar a informação na ficha técnica e distribuir novamente a todos os setores da empresa. Por isso, a agilidade neste processo é tão importante.
Outra etapa importante, você pode ou não colocar uma seção de custos do produto e preço final. Isto é operacional, algumas empresas não vão querer colocar seus custos na ficha técnica, então deixe um espaço em branco na ficha.
Por fim, como é algo operacional, pode ou não acrescentar a sequência de montagem da peça no verso da página ou em uma folha separada. Ou pode deixar para o modelista ou encarregado(a) criar e preencher esta outra ficha. Se for enviar a peça para faccionista, esta é a área onde ela será mencionada, juntamente com o valor da facção.
Vamos colocar aqui alguns exemplos de fichas de processos:
É isso aí, esperamos ter contribuído.
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Fonte: internet / Audaces
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